Refutação da Afirmação pelo Sr. Vinícius C. Mérida:
‘Dr. Plinio Mudou Sua Posição em Relação à Missa Nova’
Atila Sinke Guimarães
Los Angeles, 13 de Junho de 2025
Há alguns dias um amigo do Brasil me enviou um video – “Milagre ou Inteligência de João Clá” – no qual o Sr. Vinicius Mérida (V.M.) atribue ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira uma mudança em sua posição relativamente à Missa Nova. Ele teria ficado “mais tolerante com a Missa de Paulo VI.” Como “prova” de tal mudança V.M. alega que ouviu sobre tal mudança “dos padres de Campos.” Então ele se acha à vontade para espalhar esta acusação.
Escrevo esta refutação para demostrar que tal afirmação não é verdadeira. Qualquer um sabe que o “ouvi falar” frequentemente não é prova idônea diante de Deus, da opinião pública ou dos tribunais. Os que usam deste recurso devem ser cautos se desejam preservar-se da reputação de falta de seriedade e outros danos legais que lhes podem advir.
No caso “dos padres de Campos” eu acredito que estou em condições de provar cabalmente que tal atribuição – Prof. Plinio mudou sua posição quanto à Missa de Paulo VI – é falsa. Entro na matéria.
I - O que me autoriza a falar
1. Por orientação de Dr. Plinio eu escrevi uma
coleção de 11 volumes analisando o Concílio Vaticano II. Em 1995, ano em que o Prof. Plinio faleceu, tal coleção não estava publicada. Hoje está interiamente ao alcance do público em inglês, como se pode comprovar
aqui.
Vinicius Mérida: ‘Eu ouvi dos padres de Campos…’
Uma falsidade: ‘Dr. Plinio no fim da vida ficou mais tolerante com a Missa de Paulo VI’
Sobre tal Coleção eu dei um Simpósio a quatro padres de Campos – Pes. Olavo Pires Trindade, David Francisquini, Gervásio Gobato e Antônio de Paula – nos dias 27 a 30 de junho de 1995 na cidade de Itapecerica da Serra, São Paulo.
2. Como fruto desse Simpósio e a pedido dos mencionados sacerdotes, Prof. Plinio pediu-me para os assessorar na discussão que eles estavam tendo com o Bispo de Campos, D. João Corso, o qual havia enviado violentas cartas a três dos mencionados sacerdotes acusando-os de cisma e ameaçando ir a público com tal acusação.
3. A acusação de cisma de D. Corso era baseada em três pontos:
a. A TFP à qual os sacerdotes davam assistência espiritual seria cismática;
b. Os padres não aceitavam a Missa Nova;
c. Eles não aceitavam o Concílio Vaticano II.
4. Essa acusação tinha como pressuposto uma correspondência dos padres que durava vários anos ora com a Diocese de Campos, ora com a Comissão Ecclesia Dei no Vaticano.
5. Em face da violência da acusação do Prelado e de sua ameaça de ir à público, os mencionados sacerdotes, sob a orientação de Dr. Plinio, decidiram escrever uma carta ao Cardeal Antonio Innocenti, então Presidente da Comissão Ecclesia Dei.
6. Foi a esta carta que, a pedido de Dr. Plinio e dos sacerdotes, dei minha colaboração. Ela hoje é oportuna para demonstrar que a afirmação de V.M. relativamente a Dr. Plinio Corrêa de Oliveira é falsa.
II - Análise da Carta ao Card. Innocenti
1. Original da carta:
Eu retenho a minuta final desta carta que na ocasião passei ao Pe. Olavo Trindade e que os mencionados quatro sacerdotes assinaram sem a modificar, e a enviaram ao Card. Innocenti poucos dias depois. Estou postando a carta na íntegra em arquivo anexo que pode ser acessado
aqui. Farei referência à ela durante esta refutação.
2. Quanto à feitura da carta:
Tal documento foi fruto de consultas dos quatro sacerdotes a Dr. Plinio, que os recebia em reuniões privadas e os orientava durante a maior parte da fase em que eles tomaram a posição de resistência à Missa Nova e ao Vaticano II. No caso dos últimos ataques de D. Corso os quatro sacerdotes, por sugestão de Dr. Plinio, fizeram um primeiro bosquejo de resposta que me foi passado juntamente com as cartas de D. Corso e a prévia correspondência deles com a Comissão Ecclesia Dei.
Fiz bom uso do primeiro bosquejo, puz em ordem os argumentos de D. Corso e os refutei usando o material dos sacerdotes na ordem em que eles aparecem na versão final. A minuta foi cuidadosamente revista por Dr. Plinio que a aprovou, depois de fazer algumas modificações, e introduzir o texto relativo ao meu trabalho sobre o Concilio. A partir daí enviei duas ou três vezes minutas ao Pe. Olavo que as discutia com os demais sacerdotes fazia retoques e pequenas alterações em pontos não essenciais e me as retornava. A minuta final, que publico em apêncice, é ipsis verbis o conteúdo da carta assinada pelos quatro padres.
3. Quanto à data da carta e sua numeração:
Como se pode verificar a data na minuta final está em aberto. Agosto de 1995, sem dia. Na minuta não constam também as quatro assinaturas. Soube pelo Pe. Olavo Trindade que a carta fôra remetida ao Vaticano alguns dias depois. Não me lembro se a carta foi enviada em agosto ou começo de setembro. Nunca me ocorreu pedir uma cópia do documento tal qual fôra enviado, uma vez que eu tinha seu conteúdo.
De qualquer maneira o que conta é que este foi um dos últimos documentos cuidadosamente revistos e aprovados por Dr. Plinio. Logo depois, em setembro, ele passaria um tempo longo no hospital e faleceria no dia 3 de outubro de 1995. A posição que ele tomou naquela carta reflete seu pensamento final quer quanto a Missa de 1969 quer quanto ao Concílio.
A numeração da carta começa na página 2 porque a página 1 continha uma mensagem minha ao Pe. Olavo Trindade que não vem ao caso reproduzir.
4. Posição quanto à Missa de Paulo VI:
Reproduzo aqui o texto no qual os sacerdotes em 1995 ratificam sua posição anterior nesta matéria:
‘Os Padres de Campos’: Da esquerda para a direita: Padres Antonio de Paula, Olavo Trindade, Cônego José Luiz Villac, Antonio SIlveira, Gervásio Gobato, David Francisquini; no centro, Dr. Plinio; no fundo,: os Príncipes Dom Luiz de Orleans e Bragança e Dom Bertrand de Orleans e Bragança
“Quanto à premissa maior [nós prometemos apresentar à Santa Sé nossas perplexidades], ela é verdadeira. Assumimos a 25 de junho de 1991 o mencionado compromisso, por determinação de S. Excia Revma. Após um longo diálogo no qual levantamos com ele delicadas questões relacionadas com o Novus Ordo Missae, a dificuldade de harmonizar afirmações do Vaticano II com a doutrina tradicional da Igreja – exempleficativamente debatemos o ecumensimo e a liberdade religiosa – S. Excia nos encaminhou à Comissão Ecclesia Dei para expor-lhe as perpexidades. …
“Contudo, esta premissa maior tem importantes fatores condicionantes. De fato, ao aceitarmos a 22 de novembro de 1989 os quesitos exigidos pela mencionada Comissão para conceder o celebret, deixamos claras nossas perplexidades de consciência à chamada Missa Nova e alguns pontos não especificados do Vaticano II.
"Justificávamos a atitude em relação ao Novus Ordo enviando o livro no qual nos baseávamos e pedindo esclarecimentos que nos mostrassem, no âmbito doutrinário, a solução para o problema ali levantado: Ou seja, que a nova Missa não nos parecia conciliável com a anterior Doutrina Católica.” (p. 6)
Ao relatar em 1995 ao Card. Innocenti estes fatos passados em 1989 e 1991, os sacerdotes os ratificaram.
Ademais, eles mencionam também uma missiva posterior:
“A 22 de novembro de 1993 enviamos ao Sr. D. Corso uma extensa e pormenorizada carta que procurava manter inteiramente claro que a interrupção do diálogo não poderia ser imputada a um prolongado silêncio nosso. Na missiva aduzimos argumentos de peso em favor de nossa posição relativa ao Novus Ordo. Entre outras, as declarações do Card. Silvio Oddi …
“Reproduzimos também trecho de uma carta de Jacques Maritain a Paulo VI dada a público em maio de 1992 na qual o filósofo francês afirmava sobre o Novus Ordo …” (pp. 7, 8)
Os padres de Campos continuam:
“A mesma revista [30 Dias] em número posterior (julho de 1992) trazia as opiniões … de várias personalidades a respeito da mesma tradução francesa … [Cardeais Jacques Martin, SIlvio Oddi, Alfons Stickler, Decoutray]
“Tais declarações de eminentes personalidades eclesiásticas eram, sem dúvida, de molde a dar razão às conclusões do estudo de Xavier da Silveira na qual baseávamos nossas perplexidades.” (p. 8)
Os quatro signatários da Carta ao Card. Innocenti não poderiam ser mais claros em sua rejeição ao Novus Ordo Missae de Paulo VI. Eles o rejeitaram em 1989, 1991, 1993 e confirmaram esta constante rejeição em 1995.
Acontece que, como eu disse, esta carta foi cuidadosamente revista e aprovada por Dr. Plinio menos de dois meses antes de falecer. Portanto, Dr. Plinio não só compartihava a mesma rejeição ao Novus Ordo Missae, mas ele a inspirou
nos sacerdotes desde o início da resistência deles até o fim de sua vida.
5. Posição quanto ao Concílio:
Os padres na Carta ao Card. Innocenti declararam o seguinte:
Tradição, Familia e Propriedade era um farol de ortodoxia até 1995; então, agentes infiltrados a romperam e levaram a maior parte para o Progressismo
“Temos a dizer que durante o tempo transcorrido entre nosso primeiro diálogo com S. Excia. D. Corso (25 de junho de 1991) e a primeira de suas violentas cartas declarando-nos cismáticos (30 de junho de 1995), não deixamos de aprofundar os pontos do Vaticano II ‘quae difficulter conciliari possunt cum declarationibus Magisterii praecedentis’ [que dificilmente podem se reconciliar com as declarações do Magistério anterior].
"Nisto estávamos quando tivemos conhecimento do trabalho de um escritor brasileiro, católico, leigo, membro da TFP, que, desde meados de 1982, prepara uma análise circunstanciada do Vaticano II. Entramos em contacto com ele e nos foi mostrada uma obra de muitos volumes já em vias de publicação … Verificamos ser realmente um estudo sério, que atende as nossas necessidades. …
“O autor manifestou-se muito honrado diante da perspectiva, por nós sugerida, de entrar em diálogo com a Comissão Ecclesia Dei, outro Dicastério romano ou mesmo com S. Excia. D. Corso documentando alguns pontos do Concílio e do pós-Concílio a nosso ver dificilmente harmonizáveis com o Magistério anterior.” (p. 9)
Não é dificil ver, pelo texto acima transcrito, que os sacerdotes signatárion assumiram em relação ao Concílio uma posição de resistência análoga à que tinham em relação à Missa Nova. O mesmo se pode afirmar sem a menor dúvida a respeito de Dr. Plinio que inspirou a carta em análise e inspirou meu trabalho sobre o Concílio.
III - Conclusões
1. Os textos transcritos aqui com as explicações de como a Carta ao Card. Innocenti
foi inspirada e redigida evidenciam que Dr. Plinio Corrêa de Oliveira
mantêve até o fim de sua vida a mesma posição em relação à Missa de Paulo VI
que está exposta no livro de Dr. Arnaldo Xavier da Silveira. Portanto, a afirmação do Sr. Vinícius Mérida de que Dr. Plinio no fim de sua vida mudou sua posição relativamente à Missa Nova é falsa.
2. Os quatro padres que assinaram a carta também mantiveram até 1995 a mesma posição de resistência à Missa Nova e ao Concílio que haviam
mantido até então.
3. Os quatro sacerdotes sabiam perfeitamente que Dr. Plinio não havia mudado sua posição até sua morte. Se, algum tempo depois disto, três deles disseram que “Dr. Plinio no fim de sua vida ficou mais tolerante em relação à Missa Nova,” eles estavam mentindo.
Ademais, a consistente e meritória posição de resistência do Rev. Pe. David Francisquini até hoje, que continua fiel ao que os quatro assinaram em 1995, demonstra qual a posição que os outros três deveriam ter tomado.
4. O Sr. V.M. afirma que “ouviu dos padres de Campos” a acusação que agora eu refuto. Em sua apresentação –
"Milagre ou Inteligência de João Clá" – ele menciona superficialmente a Carta ao Card. Innocenti de 1995. Se V.M. a tivesse lido, mesmo sem ter conhecimento do que se passou nos bastidores, poderia ter chegado à conclusão análoga às que cheguei (III.3), isto é, que os três padres estavam mentindo. Mas mesmo não a tendo lido e baseado em mero rumor ele não recuou em atentar contra o bom nome do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
5. Por esta razão, sua acusação não goza de valor algum; é mera molecagem intelectual.
6. Moralmente porém sua atitude é mais grave: ele difama um personagem ilustre e bajula aqueles que se venderam ao Progressismo, com o aparente fim de se beneficiar de migalhas que lhe caiam da mesa de seu banquete.
É isto o que tenho a dizer para o bem da verdade e por consideração ao meu saudoso Mentor, o Excelentíssimo Professor Dr. Plinio Corrêa de Oliveira.
Há alguns dias um amigo do Brasil me enviou um video – “Milagre ou Inteligência de João Clá” – no qual o Sr. Vinicius Mérida (V.M.) atribue ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira uma mudança em sua posição relativamente à Missa Nova. Ele teria ficado “mais tolerante com a Missa de Paulo VI.” Como “prova” de tal mudança V.M. alega que ouviu sobre tal mudança “dos padres de Campos.” Então ele se acha à vontade para espalhar esta acusação.
Escrevo esta refutação para demostrar que tal afirmação não é verdadeira. Qualquer um sabe que o “ouvi falar” frequentemente não é prova idônea diante de Deus, da opinião pública ou dos tribunais. Os que usam deste recurso devem ser cautos se desejam preservar-se da reputação de falta de seriedade e outros danos legais que lhes podem advir.
No caso “dos padres de Campos” eu acredito que estou em condições de provar cabalmente que tal atribuição – Prof. Plinio mudou sua posição quanto à Missa de Paulo VI – é falsa. Entro na matéria.
I - O que me autoriza a falar
1. Por orientação de Dr. Plinio eu escrevi uma coleção de 11 volumes analisando o Concílio Vaticano II. Em 1995, ano em que o Prof. Plinio faleceu, tal coleção não estava publicada. Hoje está interiamente ao alcance do público em inglês, como se pode comprovar aqui.
Vinicius Mérida: ‘Eu ouvi dos padres de Campos…’
Uma falsidade: ‘Dr. Plinio no fim da vida ficou mais tolerante com a Missa de Paulo VI’
2. Como fruto desse Simpósio e a pedido dos mencionados sacerdotes, Prof. Plinio pediu-me para os assessorar na discussão que eles estavam tendo com o Bispo de Campos, D. João Corso, o qual havia enviado violentas cartas a três dos mencionados sacerdotes acusando-os de cisma e ameaçando ir a público com tal acusação.
3. A acusação de cisma de D. Corso era baseada em três pontos:
a. A TFP à qual os sacerdotes davam assistência espiritual seria cismática;
b. Os padres não aceitavam a Missa Nova;
c. Eles não aceitavam o Concílio Vaticano II.
4. Essa acusação tinha como pressuposto uma correspondência dos padres que durava vários anos ora com a Diocese de Campos, ora com a Comissão Ecclesia Dei no Vaticano.
5. Em face da violência da acusação do Prelado e de sua ameaça de ir à público, os mencionados sacerdotes, sob a orientação de Dr. Plinio, decidiram escrever uma carta ao Cardeal Antonio Innocenti, então Presidente da Comissão Ecclesia Dei.
6. Foi a esta carta que, a pedido de Dr. Plinio e dos sacerdotes, dei minha colaboração. Ela hoje é oportuna para demonstrar que a afirmação de V.M. relativamente a Dr. Plinio Corrêa de Oliveira é falsa.
II - Análise da Carta ao Card. Innocenti
1. Original da carta:
Eu retenho a minuta final desta carta que na ocasião passei ao Pe. Olavo Trindade e que os mencionados quatro sacerdotes assinaram sem a modificar, e a enviaram ao Card. Innocenti poucos dias depois. Estou postando a carta na íntegra em arquivo anexo que pode ser acessado aqui. Farei referência à ela durante esta refutação.
2. Quanto à feitura da carta:
Tal documento foi fruto de consultas dos quatro sacerdotes a Dr. Plinio, que os recebia em reuniões privadas e os orientava durante a maior parte da fase em que eles tomaram a posição de resistência à Missa Nova e ao Vaticano II. No caso dos últimos ataques de D. Corso os quatro sacerdotes, por sugestão de Dr. Plinio, fizeram um primeiro bosquejo de resposta que me foi passado juntamente com as cartas de D. Corso e a prévia correspondência deles com a Comissão Ecclesia Dei.
Fiz bom uso do primeiro bosquejo, puz em ordem os argumentos de D. Corso e os refutei usando o material dos sacerdotes na ordem em que eles aparecem na versão final. A minuta foi cuidadosamente revista por Dr. Plinio que a aprovou, depois de fazer algumas modificações, e introduzir o texto relativo ao meu trabalho sobre o Concilio. A partir daí enviei duas ou três vezes minutas ao Pe. Olavo que as discutia com os demais sacerdotes fazia retoques e pequenas alterações em pontos não essenciais e me as retornava. A minuta final, que publico em apêncice, é ipsis verbis o conteúdo da carta assinada pelos quatro padres.
3. Quanto à data da carta e sua numeração:
Como se pode verificar a data na minuta final está em aberto. Agosto de 1995, sem dia. Na minuta não constam também as quatro assinaturas. Soube pelo Pe. Olavo Trindade que a carta fôra remetida ao Vaticano alguns dias depois. Não me lembro se a carta foi enviada em agosto ou começo de setembro. Nunca me ocorreu pedir uma cópia do documento tal qual fôra enviado, uma vez que eu tinha seu conteúdo.
De qualquer maneira o que conta é que este foi um dos últimos documentos cuidadosamente revistos e aprovados por Dr. Plinio. Logo depois, em setembro, ele passaria um tempo longo no hospital e faleceria no dia 3 de outubro de 1995. A posição que ele tomou naquela carta reflete seu pensamento final quer quanto a Missa de 1969 quer quanto ao Concílio.
A numeração da carta começa na página 2 porque a página 1 continha uma mensagem minha ao Pe. Olavo Trindade que não vem ao caso reproduzir.
4. Posição quanto à Missa de Paulo VI:
Reproduzo aqui o texto no qual os sacerdotes em 1995 ratificam sua posição anterior nesta matéria:
‘Os Padres de Campos’: Da esquerda para a direita: Padres Antonio de Paula, Olavo Trindade, Cônego José Luiz Villac, Antonio SIlveira, Gervásio Gobato, David Francisquini; no centro, Dr. Plinio; no fundo,: os Príncipes Dom Luiz de Orleans e Bragança e Dom Bertrand de Orleans e Bragança
“Contudo, esta premissa maior tem importantes fatores condicionantes. De fato, ao aceitarmos a 22 de novembro de 1989 os quesitos exigidos pela mencionada Comissão para conceder o celebret, deixamos claras nossas perplexidades de consciência à chamada Missa Nova e alguns pontos não especificados do Vaticano II.
"Justificávamos a atitude em relação ao Novus Ordo enviando o livro no qual nos baseávamos e pedindo esclarecimentos que nos mostrassem, no âmbito doutrinário, a solução para o problema ali levantado: Ou seja, que a nova Missa não nos parecia conciliável com a anterior Doutrina Católica.” (p. 6)
Ao relatar em 1995 ao Card. Innocenti estes fatos passados em 1989 e 1991, os sacerdotes os ratificaram.
Ademais, eles mencionam também uma missiva posterior:
“A 22 de novembro de 1993 enviamos ao Sr. D. Corso uma extensa e pormenorizada carta que procurava manter inteiramente claro que a interrupção do diálogo não poderia ser imputada a um prolongado silêncio nosso. Na missiva aduzimos argumentos de peso em favor de nossa posição relativa ao Novus Ordo. Entre outras, as declarações do Card. Silvio Oddi …
“Reproduzimos também trecho de uma carta de Jacques Maritain a Paulo VI dada a público em maio de 1992 na qual o filósofo francês afirmava sobre o Novus Ordo …” (pp. 7, 8)
Os padres de Campos continuam:
“A mesma revista [30 Dias] em número posterior (julho de 1992) trazia as opiniões … de várias personalidades a respeito da mesma tradução francesa … [Cardeais Jacques Martin, SIlvio Oddi, Alfons Stickler, Decoutray]
“Tais declarações de eminentes personalidades eclesiásticas eram, sem dúvida, de molde a dar razão às conclusões do estudo de Xavier da Silveira na qual baseávamos nossas perplexidades.” (p. 8)
Os quatro signatários da Carta ao Card. Innocenti não poderiam ser mais claros em sua rejeição ao Novus Ordo Missae de Paulo VI. Eles o rejeitaram em 1989, 1991, 1993 e confirmaram esta constante rejeição em 1995.
Acontece que, como eu disse, esta carta foi cuidadosamente revista e aprovada por Dr. Plinio menos de dois meses antes de falecer. Portanto, Dr. Plinio não só compartihava a mesma rejeição ao Novus Ordo Missae, mas ele a inspirou nos sacerdotes desde o início da resistência deles até o fim de sua vida.
5. Posição quanto ao Concílio:
Os padres na Carta ao Card. Innocenti declararam o seguinte:
Tradição, Familia e Propriedade era um farol de ortodoxia até 1995; então, agentes infiltrados a romperam e levaram a maior parte para o Progressismo
"Nisto estávamos quando tivemos conhecimento do trabalho de um escritor brasileiro, católico, leigo, membro da TFP, que, desde meados de 1982, prepara uma análise circunstanciada do Vaticano II. Entramos em contacto com ele e nos foi mostrada uma obra de muitos volumes já em vias de publicação … Verificamos ser realmente um estudo sério, que atende as nossas necessidades. …
“O autor manifestou-se muito honrado diante da perspectiva, por nós sugerida, de entrar em diálogo com a Comissão Ecclesia Dei, outro Dicastério romano ou mesmo com S. Excia. D. Corso documentando alguns pontos do Concílio e do pós-Concílio a nosso ver dificilmente harmonizáveis com o Magistério anterior.” (p. 9)
Não é dificil ver, pelo texto acima transcrito, que os sacerdotes signatárion assumiram em relação ao Concílio uma posição de resistência análoga à que tinham em relação à Missa Nova. O mesmo se pode afirmar sem a menor dúvida a respeito de Dr. Plinio que inspirou a carta em análise e inspirou meu trabalho sobre o Concílio.
III - Conclusões
1. Os textos transcritos aqui com as explicações de como a Carta ao Card. Innocenti foi inspirada e redigida evidenciam que Dr. Plinio Corrêa de Oliveira mantêve até o fim de sua vida a mesma posição em relação à Missa de Paulo VI que está exposta no livro de Dr. Arnaldo Xavier da Silveira. Portanto, a afirmação do Sr. Vinícius Mérida de que Dr. Plinio no fim de sua vida mudou sua posição relativamente à Missa Nova é falsa.
2. Os quatro padres que assinaram a carta também mantiveram até 1995 a mesma posição de resistência à Missa Nova e ao Concílio que haviam mantido até então.
3. Os quatro sacerdotes sabiam perfeitamente que Dr. Plinio não havia mudado sua posição até sua morte. Se, algum tempo depois disto, três deles disseram que “Dr. Plinio no fim de sua vida ficou mais tolerante em relação à Missa Nova,” eles estavam mentindo.
Ademais, a consistente e meritória posição de resistência do Rev. Pe. David Francisquini até hoje, que continua fiel ao que os quatro assinaram em 1995, demonstra qual a posição que os outros três deveriam ter tomado.
4. O Sr. V.M. afirma que “ouviu dos padres de Campos” a acusação que agora eu refuto. Em sua apresentação – "Milagre ou Inteligência de João Clá" – ele menciona superficialmente a Carta ao Card. Innocenti de 1995. Se V.M. a tivesse lido, mesmo sem ter conhecimento do que se passou nos bastidores, poderia ter chegado à conclusão análoga às que cheguei (III.3), isto é, que os três padres estavam mentindo. Mas mesmo não a tendo lido e baseado em mero rumor ele não recuou em atentar contra o bom nome do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
5. Por esta razão, sua acusação não goza de valor algum; é mera molecagem intelectual.
6. Moralmente porém sua atitude é mais grave: ele difama um personagem ilustre e bajula aqueles que se venderam ao Progressismo, com o aparente fim de se beneficiar de migalhas que lhe caiam da mesa de seu banquete.
É isto o que tenho a dizer para o bem da verdade e por consideração ao meu saudoso Mentor, o Excelentíssimo Professor Dr. Plinio Corrêa de Oliveira.
Tópicos Relacionados de Interesse
Trabalhos Relacionados de Interesse
Volume I
Volume II
Volume III
Volume IV
Volume V
Volume VI
Volume VII
Volume VIII
Volume IX
Volume X
Volume XI
Edição Especial
____________________________________________________________________________
© 2018- Tradition in Action do Brasil Todos os Direitos Reservados